VINHOS DE PORTUGAL – PARTE II
Caro leitor, vamos estudar a segunda parte dos vinhos portugueses, qual seja o VINHO VERDE.
De fato, a primeira premissa é: O nome desse vinho, não condiz com sua substancia em si! É isso mesmo, não existe vinho propriamente verde – de uvas verdes ou de cores verdes!
Na verdade. VINHO VERDE é a designação dada ao VINHO JOVEM. Isso mesmo, ele é verde porque ele não é maduro, leia-se, velho! Mas pode e deve ser bebido!
Todavia, antes de mencionarmos as características desse vinho, valido fazer alguns apontamentos:
Todavia, antes de mencionarmos as características desse vinho, valido fazer alguns apontamentos:
A região que produz o vinho verde é chamada de COSTA VERDE, e fica no extremo noroeste de Portugal, entre a região do Porto e a fronteira com a Espanha (tendo rio Minho ao norte e o oceano Atlântico a oeste). Nesta região, segundo as leis Portuguesas, encontra-se a Denominação de Origem Controlada do Vinho Verde (DOC Vinho Verde), ou seja, somente nesta área será produzido o vinho verde de qualidade controlada. Aliás, essa área é a maior de Portugal, cobrindo quase todo o seu noroeste.
Diante da premissa de ser o vinho verde um vinho jovem, tal deverá ser consumido logo, dessa feita, a maioria dos produtores não indicam safra no rótulo das garrafas, subtendendo que o vinho é no máximo da colheita do ano anterior.
O vinho verde pode ser tanto branco quanto tinto (este mais popular em Portugal). Possui como características ser seco e levemente frisante, com pouco álcool (entre 8,5 a 11,5%) mas com alto nível de acidez. Valido frisar que o vinho verde tinto é extremamente tânico.
As uvas que dão origem ao vinho verde são em sua grande parte retiradas de vinhedos onde se planta várias cepas de campo (Azal tinto, Vinhão, Borraçal, Espadeiro tinto, Pedral, Rabo de Ovelha tinto, Bracelho), ganhando destaque as uvas Loureiro e/ou Trajadura (duas das principais uvas daquela região).
São uvas que, mesmo depois de maduras, possuem alto grau de acidez e pobreza em açúcar. Ganham destaque por isso em seu processo de vinificação, onde o mesmo continua a ocorrer dentro da garrafa, uma vez que, nesta, ainda há uma segunda fermentação onde os ácidos transformam-se em outros ácidos (acido málico transforma-se em acético), bem como, há a produção de gás carbônico. Isso denomina-se fermentação malolática.
Destaca-se que as parreiras são diferentes das convencionais, isso porque, são irregulares, muito altas, apoiando-se em outras arvores, alcançando de 2 a 5 metro de altura. Sendo certo que, algumas parreiras são conduzidas na posição horizontal. Cada parreira produz em média 10 a 20 kg de uvas.
Um dado importante é que, grande parte dos vinhos verdes consumidos fora de Portugal (vinhos verdes tipo exportação) estão sendo adoçados para mascarar as características peculiares de tal vinho, qual seja, seus altos níveis de acidez e secura. Explicável por alguns especialistas diante da harmonização e características regionais de hábitos alimentares diferentes daqueles da região exportadora. (Te convence? Me parece mais um produto falsificado!).
Podemos destacar como fortes produtores de Vinho Verde: Aliança, Acácio, Calamares, Casal Garcia e Gatão.
À título conclusivo, podemos afirmar que, o vinho verde é um vinho típico do verão, devendo ser servido entre 10 a 13 graus. Harmonizando perfeitamente com frutos do mar, principalmente mariscos. Consigna-se que, não é um vinho para ser degustado e contemplado. É um vinho para abrir seu apetite e passar o tempo com a comida servida!
Uma dica para quem for visitar a região do Vinho Verde é que, a maioria das Quintas possui, além do vinho verde é claro, também um conjunto arquitetônico milenar maravilhoso, recebendo os turistas como hóspedes.
Terminamos esse post com uma frase de um grande professor de química e especialista em vinho, Antonio Augusto de Aguiar, datada de 1876, retirada do livro “Vinhos” de André Dominé, que certamente lhe ajudará a degustar esse vinho: “O vinho verde é um dos vinhos mais invulgares. É original, novo, refrescante, bom para dietas. Não inebria. Essa é a razão pela qual o adoro. Sabe respeitar a inteligência”.
Boa degustação!